Olá Leon,
Você fez uma excelente pergunta...
Acho que para o ser humano ter alimentada sua determinação é necessário existir anseio para alcançar algo maior.
A consciência de que somos carentes em alguns aspectos ou condições oferece ao espírito humano pelo menos a noção de que precisamos nos esforçar mais para alcançar melhores resultados.
Infelizmente, hoje nossas carências não são claramente constatadas pelo cidadão pois ele sofre de um constante bombardeamento de más notícias em nossas mídias, que o leva a ter as seguintes impressões:
01 - Ou de que está em melhor situação do que a maioria, sentindo-se um privilegiado, mesmo em meio a crise ou estagnação.
02 - Ou de que a situação no geral está ruim pra todo mundo e de que precisamos esperar para que o quadro mude, esperando de outra parte (Governo, Economia, Política) que as coisas aconteçam.
Esta terrível contra-informação massiva que recebemos diariamente dos principais meios de comunicação do país adormece nosso senso crítico, enfraquece nossa auto-estima e torna grande parte de nossa população alienada dos grandes problemas nacionais, pois ao sentir-se impotente frente a tão grandes desafios e escândalos, prefere se ocupar de coisas e questões menores, muitas vezes fúteis que ainda estão em seu poder de ação e escolha individual.
É lastimável ver nossas grandes mídias divulgando apenas fatos trágicos capazes de destruir a auto-estima e confiança da maioria dos cidadãos, fortalecendo sua resignação diante da avalanche diária de notícias ruins ou babaquices sobre a vida particular de pessoas famosas, sem interessar-se verdadeiramente pelo cidadão brasileiro, seus desafios, necessidades e oportunidades de crescimento como pai, profissional e cidadão.
Neste contexto de negatividade e incerteza, resta apenas ao cidadão a opção de "curtir" o que resta do presente, sendo mais um consumidor compulsivo e alienado, procurando futilidades para amenizar seu vazio existencial.
Para que um dia possamos sonhar em ser um país de primeiro mundo, as notícias da mídia deveriam mostrar diariamente de forma massiva, como vivem, trabalham e são assistidas as pessoas de classe média e média-alta dos países de primeiro mundo.
Como são os seus serviços públicos, sua moradia, suas instituições, como é o planejamento familiar, o poder de consumo, dos salários, dos bens e serviços adquiridos e a força do poder judiciário e de suas leis que salvaguardam o cidadão.
Com esta constatação, o senso crítico adormecido de grande parte de nossa população seria estimulado a questionar, fomentar e lutar por melhores alternativas para nosso atendimento de saúde, moradia, educação, serviços públicos, instituições e representantes, além de um interesse mais amadurecido em estudar e ser um profissional destacado, para contruir um futuro melhor para a sua família, comunidade e país.
As pessoas se interessariam mais em debater o que está acontecendo no país e teríamos uma participação cívica muito mais atuante.
A liberdade de imprensa não deveria ser exercida sem a Responsabilidade de ser Cidadã, lutando para o aumento da auto-estima e fortalecimento da opinião pública.
Mostrar os dois lados da notícia: O bom e o ruim deveria ser encarado como um dever. Na mídia, para cada notícia ruim, deveria existir no mínimo uma notícia boa a ser veiculada, inspirando e estimulando um exemplo de conduta, de boas iniciativas e ações vencedoras.
É preciso acabar com esta grande indústria da tragédia, da veiculação descompensada de notícias capazes de comprometer o equilíbrio psicológico das pessoas, baixar sua auto-estima, tornando-a descrente da confiança nas pessoas, nas instituições e possibilidade de solução de nossos grandes problemas nacionais.
Precisamos acordar deste pesadelo que descreve o mundo a nossa volta como uma grande tragédia, sem alternativas e esperanças...do contrário, seremos sempre um gigante que prefere continuar dormindo em berço esplêndido.
Acorda Brasil !!!!